28 de fevereiro de 2011

Chichén Itza




Chichén Itzá é mais umas das cidades Maias, mas não é uma cidade Maia qualquer, é aquela que tomou o título de uma das Sétimas Maravilhas do Mundo e é aquela que tem o estatuto de Património Mundial da Unesco.

Todas as cidades Maias são muito semelhantes, a pirâmide e o campo da pelota ocupam um lugar central, mas também têm aspectos que marcam a diferença e que se percebem quando se veem

A pirâmide desta cidade é das mais bem conservadas e para isso também contribui o facto de não ser permitido subir a escadaria.

O dia da nossa visita coincidiu com o equinócio de Outono, quando o dia e a noite têm a mesma duração. Patrício, o nosso guia, disse-nos que o equinócio terá um papel importante, especialmente porque apenas duas vezes por ano poderemos observar, graças ao mesmo, a descida da serpente. Para tal, deveríamos estar nas imediações da pirâmide por volta das 16 horas.

Ainda era cedo e fomos, entretanto, conhecer um pouco mais da Historia desta civilização.
O povo Maia tinha conhecimentos considerados avançados, relativos a astronomia, engenharia, matemática e outras ciências. Construíram o calendário muito preciso. A própria pirâmide tem 365 degraus, o número de dias do ano, e cada escadaria alinha-se com um dos pontos cardeais.

Os Maias profetizaram o fim do mundo para o dia 21 de Dezembro de 2012. Mas, disse-nos o Patrício, que o fim do mundo que eles profetizaram não é mais do que o fim de um ciclo, de uma era, de acordo com os sistemas de calendário e almanaque que eles criaram.



Os Maias também são conhecidos pelas suas cerimónias sangrentas e sacrifícios humanos de oferenda às divindades.

O jogo da pelota desempenhava um papel muito importante. Neste jogo, a bola era jogada com o antebraço, ombro, costas ou glúteo, e teria de passar pela parte interior de um dos dois anéis de pedra colocados em cada uma das paredes laterais. É uma jogo que nos parecia difícil de visualizar, mas do qual tivemos, mais tarde, uma demonstração.


Nas paredes das ruínas do campo da pelota, estão inscritas gravuras que contam um pouco da história deste jogo, e mostram como o vencido do jogo era honrado pela morta, por uma morte sangrenta. Para além destas gravuras, existem muitas outras gravuras de violentos sacrifícios, de serpentes, gravuras misteriosas que se vão desvendando como se fossem um quebra-cabeças.A visita deixou-nos fascinados. Esta é uma civilização carregada de mistério e de sangue.
Para finalizar a visita, pelas 16 horas fomo-nos aproximando da pirâmide principal. O espaço é amplo e as pessoas vão-se aproximando, sentam-se sobre a relva, protegem-se do sol com os chapéus. Não sabíamos o que se passaria, mas, entretanto, percebemos que o corpo da serpente era formado pela projeção do sol na lateral de uma das escadarias, e ao fundo da escadaria estava a cabeça da serpente feita de pedra. Conforme a sombra se movia, a luz reflectida dava o movimento da descida da serpente.
A descida da serpente é bastante lenta, mas o público, enquanto está naquele descampado a observar o fenómeno, também está entretido a conversar.

Pelas 17 horas a serpente ainda não tinha descido toda a escadaria. Nesta altura abandonamos o local e caminhamos para o exterior do recinto, pela zona repleta de tendas e vendedores que se aproximam e tentam seduzir os turistas com preços muito baixos, com peças alusivas a este tema. Resistimos a essa tentação e seguimos viagem de regresso.




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