7 de setembro de 2009

Dachau - Nunca mais!

Os lugares a visitar numa viagem nem sempre se tornam «atracções» turísticas pela melhor das razões. Por vezes, os piores acontecimentos estão na génese de determinado sítio se tornar num local de visita. Os campos de concentração estão incluídos nesta última categoria.
Dachau foi o primeiro campo de extermínio nazi. Partindo de Munique, chega-se a Dachau (vila) em cerca de quarenta minutos, através do comboio da linha S2 (ver mapa de transportes públicos de Munique no post anterior). No largo da estação, existem carreiras regulares de autocarros directos ao campo. Durante esta viagem, o primeiro pensamento que nos assalta é: como é que uma vila tão simples, agradável e simpática se tornou num local de horror?






À entrada do campo, o portão de entrada gravado com a expressão «arbeit macht frei» (o trabalho liberta), traz-nos à memória os documentários e os livros de História e «avisa-nos» que vamos entrar num dos locais onde mais monstruosidades se praticaram contra a Humanidade.




Entra-se para o pavilhão onde na Segunda Guerra Mundial os oficias da SS controlavam o campo. Tem uma exposição patente sobre o funcionamento do campo, fotos, e num pequeno auditório é exibido regularmente um curto documentário sobre o campo de concentração de Dachau. Um aviso aos leitores - caso visitem Dachau não tentem vê-lo se se impressionam com facilidade - é violentíssimo, mais a mais sabendo que aquilo aconteceu mesmo, naquelas mesmas salas onde estamos.







Depois, vamos para um pavilhão dos prisioneiros, mantido conforme estava na época. É impressionante o diminuto espaço nos beliches, é lúgubre a sala com 10 sanitas paralelamente alinhadas. Segue-se depois quatro memoriais, de quatro religiões, onde se homenageia os que pereceram naquele inferno gélido. E finalmente, o trio dos horrores: a câmara de gás, o crematório e as valas comuns.








Quando se visita Dachau, a pergunta que constantemente nos assalta é como foi possível? Morreram pessoas de todas as nacionalidades europeias, de todos os credos, de todas as origens num número total de 27839 vidas ceifadas pela loucura. O melhor motivo para se visitar Dachau é a memória - não nos podemos esquecer que aquilo aconteceu, devemos fazer tudo ao nosso alcance para que não se volte a repetir aquela monstruosidade e temos a obrigação de lembrar às gerações vindouras que Dachau nunca mais!
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