1 de outubro de 2009

Da memória das viagens

Na escrita da obra-prima em sete volumes «Em Busca do Tempo Perdido», Marcel Proust recorria a um expediente que consistia em comer Madalenas para se recordar dos tempos de infância. Como o trabalho nos últimos volumes foi intenso e esgotante, sempre que necessitava de ir buscar memórias mais antigas, Proust saboreava um desses bolos para ajudar a compor a escrita. Foi assim que nasceu a expressão as «Madeleines de Proust».


Salvas as devidas distâncias, também nós, simples viajantes e não autores de obras-primas, temos as nossas Madeleines. A cada sítio que vamos, a cada lugar que percorremos, existe uma música, um aroma, um sabor que, ao experimentá-los numa qualquer situação do dia a dia passados alguns anos, remete-nos imediatamente para a viagem que fizemos, o sítio que visitámos. São marcas indeléveis da própria viagem.


Numa viagem que fizemos à cidade eterna, na estação de comboios de Termini, a principal de Roma, entre o bulício, entre a confusão de speakers que anunciavam chegadas e partidas, entre as corridas de última hora para apanhar aquele comboio, existiam uns ecrãs que transmitiam um anúncio publicitário a um telemóvel. Repetidamente. A banda sonora era um pequeno trecho de ópera. Hoje em dia, sempre que escutamos essa música, a primeira palavra que nos assalta é «Termini». Para muitos, o som de Termini é indiferenciável do som de uma qualquer estação de comboios central das maiores cidades do mundo. Para nós o som de Termini é este:





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